quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Boca no trombone

Se você espera encontrar uma cobertura imparcial na grande mídia hoje em dia, está no mínimo equivocado. A necessidade de grandes manchetes, assuntos instigantes e fontes confiáveis que seriam características do bom jornalismo, foram quase totalmente substituídos pela massiva, cínica e suspeita onda de denuncias de interesses mil. É como se os donos de jornais soubessem que podem contar com a submissão passiva de milhões de abestalhados que eles mesmos adestraram e assim podem vomitar o que quiserem que será totalmente saboreado.
Até onde vai este espalhamento de denúncias na esfera política? A pergunta pode parecer besta, mas não é? Talvez dê numa ação individual louca por parte de um brasileiro contra Dilma como a do jornalista Montazer al-Zaidi que atirou um sapato no ex-presidente americano George Bush , quem sabe? A verdade é que o jornalismo midiático que se pratica hoje em dia já ultrapassou todos os limites éticos. As pautas políticas se sobrepõem infinitamente dependendo exclusivamente da audiência, da circulação e o pior: do lobby econômico.
Êpa, preciso me apressar e explicar que este texto não é um brado petista. Não é o caso. Minha preocupação vem do fato das manchetes atuais só mostrarem a corrupção política como se só existisse política de Brasília. Os réus do processo 470 já foram condenados e estão pagando as respectivas penas, e pronto. Agora se tiver de ser será ou serão novo(s) processo(s), novos réus, novos condenados e tal.
Recentemente um amigo me fez um comentário que foi como um estalo. Ele disse:
--- “...tem gente desonesta no PT, mas o PT não é desonesto pois eu sou PT e não sou desonesto!”.
Dai em diante eu me dei conta de que existe uma sacrificação generalizada de inocentes nesta história toda, e assim como civis nos tempos de guerra, que morrem por estarem na hora errada e no lugar errado, petistas como este meu amigo tem toda sua história confundida com a de “frutas podres”.
Lembrei agora de uma citação de J. Conrad, do início do século XX, que dizia "O autor escreve apenas metade de um livro. A outra metade fica por conta do leitor.". Sendo assim, lembro que existem professores ladrões, mas todos os professores não são. Existem médicos ladrões, mas todos os médicos não são...e assim caminha a humanidade!