segunda-feira, 14 de julho de 2014

Tentando transcrever minha ira com o 7 a 1


Aos amigos que me mandaram mensagens perguntando se eu não iria escrever xingamentos e blasfêmias sobre a copa do mundo pra eles “darem risadas”, digo que ainda não tive condições por estar virado na zorra e com o capeta desde aquele 7 a 1.
É preciso que fique claro que para mim o ser humano finge praticar a igualdade com o próximo mesmo sem levantar um dedo pra que esta se dê. Aliás, faz de conta que faz algo pra acabar esta desigualdade e para isto usa a desigualdade pessoal, num flagrante contra-senso. Esta afirmação se baliza quando alguém acredita ser superior nas suas crenças e ideologias, se auto-elegendo dono da verdade, independentemente da figura do outro, seja mentindo, roubando e tal. O brasileiro acredita nesta idéia e desde o anúncio desta famigerada copa do mundo de futebol está apenas extasiado com o próprio mimetismo. Em poucas palavras torna-se um personagem preso a primeira página de um roteiro e que vê no decorrer da novela a impossibilidade de qualquer mudança sob a pena de admitir o erro e descer do trono. Nesta página inicial estaria escrito que seríamos o país do futebol, que teríamos obras faraônicas, que a seleção brasileira era toda formada por heróis e o pior: que Deus era brasileiro. Mas qual o motivo de eu estar falando o óbvio? Não é aqui no Brasil que se leu num livro sagrado que o jumento falou e que isto de alguma forma traria alguma vantagem? Definitivamente, o milagre nestas terras tupiniquins vai além de qualquer estudo etológico. Logo os "defensores da fé" me acusarão de heresia por esta observação. O ridículo dessa gente não tem fim. Cada dia se supera e eu tenho é que fechar meu corpo de algum modo, mesmo com o desprezo.
Tudo muito simples. No dia da festa de abertura do certame uma coreografia meia-boca e uma partida ainda pior da seleção canarinho contra a Croácia com direito a gol-contra brasileiro. O óbvio começara ali a ser subjugado com a desculpa de que seria o nervosismo da estréia. Dali se seguiu um empate sufocante contra o México onde o disfarce do péssimo futebol era substituído pelo tal canto do hino nacional a capela... e outra vitória contra o inexpressivo Camarões sem o craque Samuel Eto’o. Chega as oitavas e empata com o Chile no tempo normal e ganha nos pênaltis, com o frangueiro do Júlio César no gol. Da Colômbia venceu com um gol sem querer de Tiago Silva, o mais covarde capitão que a seleção já teve e outro de bola parada de David Luis. Antes tivesse perdido, pois a seguir veio o vexame de tomar de sete da Alemanha e depois, pra acabar com a tese de apagão que só acontece uma vez na vida, veio o 3 x 0 da Holanda. Como se não pudesse piorar e pra corroborar a tese do começo do texto “se” elegeu David Luis um herói. O que é ser herói afinal de contas? O dito cujo teve culpa em 6 dos 7 gols da Alemanha e dos 3 que a Holanda nos meteu! Em quase todos deixou sua posição original para sair nas fotos. Não tenho mais nada a dizer. O herói brasileiro e seu estado de festa são a desculpa de sua incompetência e pequenez.

Só volto a assistir à outra partida desta seleção quando me trouxerem o hexa!

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